"Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco. Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco. Toda escolha é feita por quem acorda já deitado. Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado E pinta o estandarte de azul E põe suas estrelas no azul Pra que mudar?"(TODO CARNAVAL TEM SEU FIM, Marcelo Camelo)
Dez dias de caça às bruxas em várias vertentes. Na mídia e nas redes sociais, discursos rasos, discursos intransigentes, vazios e interesseiros. Uma ascensão de um legião de críticos sociais cada um "puxando a brasa para sua sardinha", ânimos exaltados, a defender e/ou exaltar seus padrinhos, tentativas de ressuscitação.
Só gente pobre morrendo...
Em dez dias, a menos que haja um outro desdobramento qualquer, tudo estará no rol dos fatos esquecidos ou de pouca relevância.
O Estado nada faz. Mostrou-se desaparelhado. Não possui um projeto social palpável para redução das desigualdades nem a médio, nem a longo prazo. E a sociedade, desagregada, cada indivíduo pensa por e em si, se quer estará mobilizada a cobrar, daqueles que são seus representantes, ações cabíveis.
Logo se volta à estaca zero.
Daqui a pouco temos eleições. Hoje nem se pode dizer que o baiano vota mal, o leque de opções na Bahia é algo tétrico. Com o agravante que boa parte desta sociedade termina por escolher representantes que lhes prometa vantagens pessoais ou para os seus. Ideologia do "farinha pouca, meu pirão primeiro".
Penso que Esta mesma sociedade precisa apropriar-se deste momento de sobressalto e começar a rever esta falta de responsabilidade, esta inércia que é coletiva. O comodismo barato que permitiu por décadas e ainda hoje, por outras vias, permite o desmando no qual nos encontramos.
Aliás, não. Não pensem, não falem, não atuem. Agora tudo é carnaval...
Em tempo: As "nossas" estrelas, tão bons formadores de opinião para assuntos aleatórios e alienantes, pouco se manifestaram e quando o fizeram, foi fazendo pronunciamentos simplórios, dúbios para não "queimar o filme" e manter seu status quo. E vamos caminhando…