Pode-se dizer que o furacão castigou. Chegou avassalador, destruindo alicerces e verdades há tempos estabelecidas. Pelo menos três morreram, a rigidez, a resistência e o medo da entrega. Não foi possível desviar. Ventos em alta velocidade o trouxeram e quando se viu, ele havia arrancado árvores não frutíferas e semeado novas sementes, esperança, desejo, liberdade.
O furacão destruiu sentimentos confinados em certeza e desalojou
a luxuosa veracidade, deixando milhares de frases prontas e meias verdade confinadas
sem ter do que se alimentar.
A faixa de terra onde os alicerces estavam fincados ficou
totalmente coberta de água, sofrera enchentes até a altura dos joelhos, no
sábado. Chuvas fortes continuaram a cair no domingo, inundando tudo de descoberta,
graça e atração.
A tempestade quando perdeu um pouco de força, já começava a
dar sinais de fertilidade. Em desastre completo, o medo retirou-se, e toda a cidade
dita dura, estruturada em bocas de concreto, foi totalmente destruída, enquanto
a natureza clamava por festa e voo.
Voaram os telhados de zinco, a musa girava impetuosamente nas ruas de mãos dadas com a alegria. Duas pessoas morreram de amor, na cidade portuária, quando um tanque de desejo inflamou-se e os consumiu em chama e ardência. O prefeito não soube disso. Desmoronamentos, causados pela explosão, duraram dez dias e estas pessoas se possuíram com a força dos tornados.
Poucos noticiaram, nenhum especialista foi capaz de
diagnosticar sua intensidade, mas autoridades de outros planos do universo determinaram
a saída dos turistas e consideram a retirada de toda interferência para que o fenômeno
tomasse lugar e levasse consigo tudo que não mais servia...
Os dias de reconstrução ainda estão por começar...
Um comentário:
Ah, nada como o amor para causar e dar forma, cor, textura e razão a um texto tão cheio de vontade e desejo, hein! Muito show! Tô ligada!
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