sábado, 16 de agosto de 2014

FORTUNA



 
 
 
É aquele lapso onde o desenganado encontra o sopro de vida
Uma rua sem saída, florida com acesso local...
Aquela nesga de tempo onde se aguarda alguém tão esperado
Com coração desesperado e olhos felizes
Quando os mais desconfiados asseguram-se da veracidade do que dizes
E um filho enroscado no seu pescoço pede perdão.

É roupa básica, cara lavada, nenhum gesto estonteado de preservar apa
rências
Ritos honestos. Religião sem fausto... Corpos exaustos, ardentes de paixão
A Força contida na simplicidade, a Verdade proveniente da transparência
A música, com ou sem letra, que toca, convoca e cala fundo
A compreensão do “charme do mundo”, seus “in and outputs
E mesmo se encontrando puto, controlar a ira para que não se fira um irmão.

É correr atrás de bola, tomar banho de mar, ser amigo das palavras, ter sucesso, ou não...
Saber-se imerso em essencial transformação a todo momento
Onde tudo é célere, tênue, inverossímil, ambíguo
Mesmo cada um com seu umbigo e provido de livre-arbítrio
Todos submetidos a imprevisibilidade democrática do tempo...

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