Num país campeão em tributação, um espaço para usufruir o que temos de mais caro e que ainda não foram taxadas: inventividade e capacidade de se indignar.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Das manifestações juninas
Desde menino e até hoje, "burro velho", as festas juninas me encantam. Esta atmosfera de festejo que se estabelece, esta fartura que parece emergir não sei de onde, neste país de miséria, me toma de uma enorme comoção.
É muito humana a forma como as pessoas nos recepcionam em suas casas e como ficam felizes com nossa presença em qualquer região do interior do Nordeste.
Fico fascinado em ver como em meio a esta legião de corruptos que assolam o país, basta sair da metrópoles para perceber quanta gente boa, ordeira e de boa índole existe neste País. Os festejos juninos nos possibilitam isso. Conhecer gente de verdade, sem máscaras, sem discursos vazios e desprovida desta ganância da qual padece os cosmopolitas. Gente hospitaleira. Pessoas que compartilham o que tem, de forma simples e natural porque sabem que viver é simples.
Asseguro que muito "Lalau" que acumulou fortunas, nunca experimentou o prazer de um bom dedo de prosa em fim de tarde com gente de verdade, regada a um bom licor e um "mio" cozido especialmente para nos receber. Se cai aquela chuvinha e sobe a aquele cheiro de terra, então. Vixe! Gente com muita história, cultura, tradição e, sobretudo, desapego.
Esta é aura do brasileiro legítimo que sabe que viver é ser e não ter. Que não frequenta os centros acadêmicos, mas é doutor em humanidade.
Ah! Como gosto deste contato. Como é bom respirar este ar. Como é bom saber que a televisão não "emburreceu" este povo. Que bom desligar o celular e gritar: Acorda São João!
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Um comentário:
Hafifi, bela mostrar de conhecimento e dissiminação da cultura.
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