sábado, 19 de setembro de 2009

"NASCIDO PARA VENCER"

Ontem mais uma vez, fui a Pituaçu assistir a um jogo do Bahia. Não sei se por coincidência, ou por mera fatalidade, este ano não tinha assistido o time perder dentro de casa. Vivi esta experiência pela primeira vez nesta série B. Sai me sentindo meio imbecil. Nem triste, nem decepcionado. Afinal, decepção acontece quando existe alguma expectativa acerca de alguma coisa. A realidade é que este time não acalenta em ninguém, corrijo, somente nos fanáticos cuja paixão não permite enxergar, a mínima possibilidade de se esperar alguma coisa. O time é ruim. O elenco é fraco e por incrível que pareça não dá a menor sorte. Tudo que pode dar errado, acontece. Nem lembra o Bahia da minha juventude. Marcado por uma estrela que nenhum time no Brasil tinha igual.

Vocês haverão de perguntar: então o que foi você fazer lá?. Eu respondo. Eu sou apaixonado por futebol. Gosto da improbabilidade do espetáculo. Gosto da manifestação folclórica que se faz em torno de cada evento. Das discussões acaloradas, das quais não participo, mas adoro assistir. Gosto do comportamento surpreendente das pessoas. Da total falta de parcimônia com que as pessoas se aproximam das outras como se conhecem há anos para discutir um lance, um atitude do árbitro, uma substituição no elenco. Futebol não se faz só no palco com seus 25 atores diretos. Faz-se com muitos coadjuvantes e isto é mais que interessante.

Cresci jogando futebol. Cresci, trocando qualquer evento por um bom jogo. Perdi namoradas. Abro um parêntesis. Há 30 anos atrás, quase nenhuma namorada queria ir para os estádios de futebol. Pra felicidade geral, os estádios hoje vivem floridos. Acho muito bonito grupos de garotas no estádio.

Mas tudo isso é balela. Tenho um verdadeiro amor pelo Bahia. Um amor sóbrio, hoje, que já não me faz padecer. Homem maduro, de visão analítica que me tornei. Não me dou mais ao luxo de me aborrecer. Vou ao estádio para prestigiar o esforço de alguns, independente da incompetência gerencial que tem assolado o clube. Gosto de me vestir destas corres que fazem parte do meu imaginário, desde 1969 quando ainda não tinha sequer ido a uma praça de futebol e me fiquei triste quando ele, naquele ano, não conseguiu alcançar o Fluminense de Feira. Gosto do Bahia porque me remonta a momentos mágicos inenarráveis e de uma alegria que me contagiou por toda vida. Vou ao estádio porque quem come a carne rói o ossos, já diziam minhas avós. Porque meu casamento com o Bahia ainda dá certo apesar das sucessivas crises. Vou ao estádio porque lá no fundinho, morro de medo de ver meu time acabar.

3 comentários:

fernando disse...

Não fui ao estádio, mas não consegui sair da frente da televisão da casa de minha irmã, ao ver que estava passando o jogo. Meu pensamento é muito parecido com o seu, com o agravante, porém, que eu ainda me vejo acreditando que vai haver uma reviravolta, ou como você mesmo disse, que a velha estrela vai brilhar, como brilhou tantas e tantas vezes na volta final dos ponteiros do relógio. O apito final do juiz me chama de volta à realidade e aos poucos, os vultos dos Fitos, Douglas, Darios, Beijocas, Raudineis e tantos outros vão se esvaindo da mente e eu percebo que o que restou foi o último gole da cerveja que já esquentou no copo...

Hamilton Hafif disse...

O problema do Bahia é o elenco. Não se pode montar uma equipe ao longo do campeonato. O Bahia até a semana passada estava contratando. Time que quer ser grande tem que se estruturar, planejar e estabelecer metas concretas. Se a meta é a série A, tem que montar um time competitivo desde o início da competição e fazer o resultado no primeiro turno. Todos os times grandes que desceram, agiram desta forma. Não vou falar nem dos times do sudeste. O melhor referencial para o Bahia é o Goiás. O que é que o Goiás tem que o Bahia NÃO TEM. HÁ QUE SE PERGUNTAR AOS NOSSOS DIRIGENTES.

Unknown disse...

Bahia é uma mágia que não tem preço,porém nesse momento delicado estamos muito ansiosos por uma conquista e esse valor é alto,vejam vocês que mesmo com muita dificuldade nós não entregamos a toalha,pra quem foi ao estádio quando estavamos no abismo hoje ver melhoras principalmente o estádio,tenho certeza que com o passar do tempo e logo nesses próximos anos o Bahia vai darmos muitas alegrias e boa sorte é que desejo e toda nação tricolor.