Quando na arena
um touro me matar
não me socorram,
pois ninguém socorre
o touro quando o mato.
(DAMÁRIO DA CRUZ In Segredo das Pipas)
Desperta-nos este ar de consternação
Quando passa o poeta.
Tantas vezes tropeçamos na sua presença
Escrita, dita, impressa
E na nossa pressa
Quase nenhuma deferência
Reservamos-lhe
Sequer lhe pedimos desculpas.
Para toda poesia
O ostracismo é coisa certa
Disso bem sabia aquele que se foi
“Cada pássaro na rota, sabe-se pássaro”
Sabe-o bem, o que “fica”
Então porque choramos ao que parte?
Nesta fração incerta de segundo
Neste beco sem para onde
Publicamos nossa dor solúvel
Instantânea, repentina, pro mundo...
Orkut, Sonico, MSN, Facebook
“chovemos na hora errada”
O que queremos expiar?
Há tempos que só fazemos saber o peso Da Cruz
Ao poeta...
5 comentários:
belíssimo...
belissimo
Muito lindo!!!!!!!!!!!!Beijos
Parceiro, a partida de Damário também me causou uma comoção muito grande. Tive a honra de conhecê-lo e ao seu "Pouso da Palavra", em Cachoeira, há 3 anos atrás. Fiquei fascinado com a sua lucidez e inquietude contrastantes, mas acima de tudo porque sabia que estava diante de alguém diferente da grande maioria. Me tornei um grande admirador da pessoa e do poeta...
Que ele viva em nós enquanto estivermos por aqui
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